A Fazenda Divisa não é apenas uma propriedade de 500 hectares; é a alma da família. Por quatro gerações, aninhado nas colinas ondulantes de Minas Gerais, foi sendo o palco de suor, sol e, acima de tudo, do aroma inconfundível do café. A história da fazenda é a história de Paulo Roberto Silva, um homem com mãos de agricultor e a visão de um artista, que via em cada grão uma tela em branco. O sucesso não vem apenas do trabalho árduo, mas da sorte da geografia. A altitude de 1050 metros, as noites frias e os dias quentes, e o solo vulcânico rico em minerais criavam o ambiente ideal para o café arábica. A variedade Bourbon Amarelo, conhecida por sua doçura e acidez equilibrada, era a estrela da fazenda. João dedicava horas a cada semana, caminhando pelas fileiras de cafeeiros, examinando as folhas, o solo e os frutos com um carinho que só um agricultor entende.
Frutas amarelas
86Caramelo
89Corpo Vinhoso
Acidez média cítirca
O ano na fazenda é ditado pelo ciclo do café. A estação começa com a florada, um espetáculo de alvas flores que cobriam as colinas. É a promessa de uma nova safra. Paulo Roberto monitora as chuvas e a temperatura, ancioso pela transformação das flores em pequenos frutos verdes.
A espera pelo amadurecimento é a parte mais difícil. Por meses, os grãos passam do verde ao amarelo, sinalizando que a colheita esta próxima. Dezenas de trabalhadores, muitos da mesma família há anos, se espalham pelas encostas, colhendo os grãos maduros com cuidado. Alguns usam peneiras, enquanto outros faziam a colheita seletiva à mão, apanhando apenas os frutos perfeitos.
Cada xícara de café carrega não apenas o sabor de um terroir único, mas a história de uma família que, por quatro gerações, dedica a vida a cultivar a perfeição em cada grão.